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Prova Revalida: Tudo o que você precisa saber para o 2º semestre de 2024
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Praticar a medicina no Brasil requer anos de estudo e preparação. Para quem conquistou o tão sonhado diploma em outro país e deseja exercer a profissão aqui, esse período pode se estender por mais alguns meses. Isso porque para médicos formados em universidades estrangeiras, é necessário realizar o Revalida INEP, um exame aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão ligado ao Ministério da Educação.
Criado em 2011, esse processo seletivo foi interrompido em 2017 e retomado há pouco tempo, em dezembro de 2020, e teve algumas mudanças. Confira abaixo tudo o que você precisa saber sobre a prova do Revalida INEP.
O Revalida, também conhecido como Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira, é um processo seletivo de duas etapas, teórica e prática.
A primeira etapa é formada por uma prova dividida em duas partes (objetiva e discursiva) e aplicada no mesmo dia. Já a segunda etapa é formada por uma avaliação prática, baseada em entrevistas em que o candidato precisa dar o diagnóstico inicial de doenças em atores que se passam por pacientes.
Quem pode se inscrever
O exame é destinado para qualquer pessoa brasileira ou estrangeira que deseja praticar a medicina no país. Para isso ela precisa atender os seguintes requisitos:
1. Ser brasileiro(a) ou estrangeiro(a) em situação legal de residência no Brasil;
2. Enviar imagens do diploma (frente e verso), como solicitado pelo sistema de inscrição;
3. Ter registro no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) emitido pela Receita Federal do Brasil;
4. Ser portador de diploma médico expedido por instituição de ensino superior estrangeira, reconhecida no país de origem pelo seu ministério da educação ou órgão equivalente, autenticado pela autoridade consular brasileira ou pelo processo de Apostilamento da Haia, regulamentado pela Convenção de Apostila da Haia, tratado internacional promulgado pelo Brasil por intermédio do Decreto nº 8.660, de 29 de janeiro de 2016.
O resultado final da prova objetiva foi divulgado no dia 4 de outubro de 2024, e o resultado preliminar da prova discursiva já está disponível. A divulgação do resultado final da primeira etapa está prevista para o dia 25 de outubro de 2024. Fique atento às atualizações para acompanhar as próximas fases do processo.
A primeira etapa do Revalida será aplicada nas seguintes capitais: Brasília, Campo Grande, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Salvador e São Paulo. Podendo ser escolhidas pelo candidato no momento da inscrição.
A primeira etapa é classificatória e formada por uma prova dividida em duas partes e aplicada no mesmo dia. A primeira parte é uma prova objetiva aplicada no período da manhã com 100 questões que abrangem as 5 grandes áreas da medicina. Já a segunda parte é uma prova discursiva aplicada no período da tarde com 5 questões sobre os mesmos temas.
Segundo o INEP, a nota de corte do Revalida é calculada pelo método Angoff modificado. Uma comissão independente e formada por professores não responsáveis pela seleção dos itens analisará cada questão para estimar a chance de acerto dos participantes.
A média de acertos para cada item é computada e utilizada no cálculo de uma média geral de acertos, que se converte nos pontos de corte, esses pontos podem variar a cada edição (dependendo do nível de dificuldade da prova).
A nota de corte da última edição (2021) foi de 99,6 pontos, sendo a nota máxima de 150 pontos, somando a pontuação das 2 provas teóricas (objetiva e discursiva).
A segunda etapa do Revalida é formada por uma prova de habilidades clínicas e possui um edital específico divulgado após a primeira etapa. O candidato precisa ser aprovado na primeira etapa para poder se inscrever.
Ainda sem data prevista, nesta etapa os participantes devem percorrer dez estações ao longo de dois dias de prova, onde devem realizar tarefas específicas das áreas determinadas.
Elas podem incluir: investigação de história clínica, interpretação de exames complementares, formulação de hipóteses diagnósticas, demonstração de procedimentos médicos, aconselhamento a pacientes ou familiares etc. Na última edição, a nota de corte foi de 66,9 pontos de 100 pontos possíveis.
Tanto a prova objetiva quanto a prova discursiva abrangem temas relacionados a cinco grandes áreas da medicina. Veja abaixo o que mais cai em cada uma delas:
A parte de Cirurgia abrange alguns temas dentro de trauma e cirurgia geral como: ATLS, abdome agudo, hérnias, cuidados operatórios e traumas torácicos. Não deixe de revisar oncologia e urologia, como traumatismo geniturinário e cistite aguda.
A parte de Clínica Médica é mais diversa, hemostasia e trombose, choque, nódulos e câncer de tireoide são os temas mais recorrentes. Valvulopatias e doenças da tireoide devem ser incluídos nos seus estudos. Não deixe de revisar também doenças pulmonares e doenças cardiovasculares.
Nesta parte, os temas mais incidentes são: parto, DHEG, doenças infecciosas no pré-natal, anticoncepção e colo do útero (fisiológico e patológico). Na sequência vemos com frequência doenças benignas da mama e prematuridade.
Em Pediatria não deixe de dar uma atenção especial para a imunização, doenças exantemáticas e puericultura. Pneumonias adquiridas na comunidade e doenças infecciosas também costumam cair com certa frequência. Não deixe de revisar anemias e neonatologia.
Como dissemos, covid-19 é a bola da vez nas provas, por isso estude esse tema com afinco. Fora isso, a parte de Preventiva abrange os grandes temas como: prevenção 1ª/2ª/3ª/4ª e política de saúde no Brasil (conceitos na atenção primária, gestão e princípios do SUS). Não esqueça de incluir no seu calendário de revisão: ética médica e vigilância epidemiológica.
O Revalida, exame organizado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), é a principal forma de validar diplomas de medicina obtidos no exterior no Brasil.
Apesar de ser uma oportunidade valiosa para médicos estrangeiros ou brasileiros formados em outros países exercerem a profissão no Brasil, o Revalida apresenta várias dificuldades que tornam o processo desafiador para muitos candidatos.
Uma das maiores dificuldades do Revalida é a abrangência dos conteúdos cobrados. O exame avalia o conhecimento do candidato em todas as áreas da medicina, como clínica médica, cirurgia, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde coletiva, e mais.
O vasto leque de temas abordados exige que o candidato possua uma formação sólida e atualizada em todas as especialidades, o que pode ser especialmente desafiador para aqueles que concluíram a graduação há vários anos ou que se especializaram em áreas mais específicas da medicina.
Para passar, não basta dominar apenas uma ou duas áreas; é preciso demonstrar competência em diversas frentes da prática médica.
Outro desafio significativo é a diferença entre o currículo de medicina no Brasil e em outros países. As escolas médicas em diferentes países têm abordagens diversas no ensino, com variações nos protocolos de tratamento, diretrizes de saúde pública, e métodos clínicos.
No Brasil, há um foco específico em doenças prevalentes no país, como doenças tropicais e infecciosas, além de uma forte ênfase na saúde pública e no Sistema Único de Saúde (SUS). Para os candidatos que estudaram em países com realidades de saúde distintas, essa diferença pode ser um grande obstáculo.
Eles precisam se adaptar às peculiaridades da prática médica no Brasil, o que envolve não apenas aprender novos conteúdos, mas também compreender o funcionamento do SUS e os desafios da saúde pública brasileira.
O Revalida é composto por duas fases: a primeira, teórica, e a segunda, prática. A fase prática é uma das partes mais temidas pelos candidatos. Ela envolve a simulação de atendimentos reais, onde os candidatos devem demonstrar habilidades técnicas, diagnósticas e de comunicação em diferentes situações clínicas.
Muitos candidatos, especialmente aqueles que ficaram muito tempo sem atuar na prática médica, encontram dificuldades nessa etapa. Além disso, o formato de simulação exige não apenas conhecimento, mas também agilidade na tomada de decisões e na execução de procedimentos. A pressão do ambiente de avaliação e o rigor dos examinadores podem aumentar ainda mais o nível de dificuldade.
O Revalida é conhecido pelo seu elevado índice de reprovação. De acordo com dados recentes, a taxa de aprovação no exame costuma ser inferior a 50%, o que reflete o alto nível de exigência e a dificuldade das provas.
Esse índice desanimador pode aumentar a ansiedade dos candidatos, que já enfrentam o desafio de conciliar os estudos para o exame com suas rotinas de trabalho e vida pessoal. O medo de falhar, aliado à pressão de passar em um exame tão competitivo, é uma barreira psicológica importante para muitos candidatos.
Embora existam cursos preparatórios para o Revalida, muitos candidatos relatam dificuldades em encontrar materiais de estudo que realmente cobrem todo o conteúdo necessário. Alguns desses cursos não oferecem uma preparação prática adequada, focando mais na teoria, o que pode ser insuficiente para o desempenho na segunda fase do exame.
Além disso, a falta de bibliografia oficial por parte do INEP gera incertezas sobre quais materiais utilizar, fazendo com que os candidatos tenham que recorrer a diferentes fontes, nem sempre confiáveis ou adequadas.
O Revalida Inep apresenta desafios consideráveis para os médicos formados no exterior que buscam exercer sua profissão no Brasil. Desde a exigência de conhecimento abrangente, passando pelas diferenças curriculares e a dificuldade da fase prática, até o elevado índice de reprovação, são vários os obstáculos que os candidatos enfrentam. Para superar essas dificuldades, é fundamental uma preparação cuidadosa e uma adaptação à realidade da medicina no Brasil.
O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, conhecido como Revalida, é uma avaliação essencial para médicos formados no exterior que desejam exercer a profissão no Brasil.
Organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o Revalida tem um papel crucial tanto para os profissionais de saúde quanto para o mercado de trabalho brasileiro.
O principal objetivo do Revalida é garantir que os médicos formados fora do Brasil possuam as competências necessárias para atuar conforme as normas e exigências brasileiras. O exame é composto por duas etapas: uma teórica e outra prática.
A etapa teórica avalia conhecimentos em diversas áreas da medicina, enquanto a prática testa habilidades clínicas em situações simuladas. Esse rigoroso processo de avaliação assegura que apenas profissionais qualificados obtenham a licença para trabalhar no país, mantendo a qualidade do atendimento médico.
A revalidação de diplomas médicos têm um impacto significativo no mercado de trabalho. Primeiramente, ela aumenta a oferta de profissionais qualificados, o que é especialmente importante em regiões carentes de médicos. Com mais profissionais habilitados, a distribuição de médicos pelo país pode ser mais equilibrada, melhorando o acesso à saúde em áreas remotas e desfavorecidas.
Além disso, o Revalida contribui para a diversidade no mercado de trabalho. Médicos formados no exterior trazem diferentes perspectivas e experiências, enriquecendo o ambiente profissional e promovendo a troca de conhecimentos. Essa diversidade pode levar a inovações e melhorias nas práticas médicas, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes.
Para os médicos formados no exterior, o Revalida representa uma oportunidade de continuar suas carreiras no Brasil. Muitos desses profissionais são brasileiros que estudaram fora e desejam retornar ao país, enquanto outros são estrangeiros que veem no Brasil uma oportunidade de crescimento profissional.
A revalidação do diploma permite que esses médicos se integrem ao mercado de trabalho brasileiro, contribuindo com suas habilidades e conhecimentos.
Apesar dos benefícios, o Revalida é conhecido por sua dificuldade. A taxa de aprovação é relativamente baixa, o que reflete o rigor do exame. Os candidatos precisam se preparar intensamente, revisando conteúdos teóricos e práticos da medicina.
Existem cursos preparatórios específicos para o Revalida, que ajudam os candidatos a se familiarizarem com o formato do exame e a desenvolverem as habilidades necessárias para a aprovação.
A importância do Revalida vai além do mercado de trabalho. Ao garantir que apenas médicos qualificados possam exercer a profissão, o exame contribui para a segurança e a qualidade da saúde pública no Brasil. Profissionais bem preparados são essenciais para o diagnóstico e tratamento eficaz de doenças, a implementação de políticas de saúde e a promoção do bem-estar da população.
Dessa forma, o Revalida INEP é fundamental para assegurar a qualidade dos profissionais de saúde no Brasil. Ele não só valida as competências dos médicos formados no exterior, mas também contribui para a melhoria do mercado de trabalho e da saúde pública.
Através desse exame, o Brasil pode garantir que todos os médicos, independentemente de onde se formaram, estejam aptos a oferecer um atendimento de alta qualidade à população.
A Letícia realizou a prova do Revalida INEP. Abaixo ela comenta como foi o processo seletivo e fornece dicas valiosas de preparação:
A primeira parte da prova durou 5 horas e achei o tempo corrido para o tamanho das questões, os enunciados eram extensos. Por isso, sugiro treinar o manejo do tempo por questão durante os estudos.
A segunda parte da prova aconteceu no mesmo dia, após um intervalo de 1h30 da primeira parte, e durou 3 horas. Foi um tempo suficiente para dissertar sobre os assuntos, mas com o cansaço da primeira parte foi um pouco mais difícil de raciocinar.
A segunda fase da prova aconteceu 7 meses após a primeira. Ao contrário do que muitos pensam sobre uma prova prática, ela foi muito complicada. Os atores não estavam bem preparados e o padrão de prova também mudou muito em comparação aos anos anteriores.
A prova prática foi dividida em 2 dias com 5 estações no sábado e 5 no domingo, com 10 minutos para realizar cada estação. Como as questões eram muito extensas, o tempo foi bem curto. Além disso, o candidato perde tempo se apresentando para as câmeras. Também foi preciso demonstrar atendimento e realizar alguns procedimentos como coleta do papanicolau.
Tive a impressão que a primeira fase foi uma prova justa, com muito raciocínio clínico, porém com um nível de dificuldade considerável. Na segunda fase, tive a impressão que o primeiro dia foi feito para desestabilizar os participantes com questões extremamente difíceis e específicas. Já o segundo dia trouxe mais esperança com assuntos do dia a dia de um clínico geral, como apendicite, maus tratos etc.
Aconselho a treinar para a primeira fase resolvendo o máximo de questões que conseguir e criar uma rotina e plano de estudos, marcando sempre o desempenho, até alcançar a meta de pontuação desejada, revisar temas de todas as áreas, intercalando entre elas, e também ter momentos de descanso. Aconselho também pausar os estudos um ou dois dias antes da prova para meditar e relaxar, pois será um dia muito estressante e maçante.
Para a segunda fase, aconselho treinar com amigos, simular estações de todos os temas possíveis, pois podem cair doenças muito específicas, como leucemia aguda, e anemia falciforme, até temas que costumam cair bastante como ATLS. Criem simulações mais realistas possíveis, com tempo cronometrado (de preferência, calcule menos tempo do que terá no dia). Eu treinava com 8 minutos, o que foi importante para conseguir manejar meu tempo no dia.
Outro ponto importante é ser cordial com os examinadores, isso pode ajudar na hora de contar aquele pontinho que foi mais ou menos. Sempre observe tudo o que existe na sala da prova, porque o que estiver lá provavelmente te guiará no que deve ser feito na estação.