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SCMBH 2024: Temas quentes que caem na prova
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Pode parecer estranho afirmar isso, mas passar na Residência Médica não é um desafio. Passar na prova é relativamente fácil.
O desafio é escolher a Residência Médica.
Vemos muitos alunos que chegam no meio do ano, depois de terem estudado meses, diminuindo a frequência dos estudos e com ela o padrão de residência. No final do ano eles passam na prova, mas não porque escolheram e sim porque foram escolhidos.
Ao ser escolhido(a) os danos são maiores no longo prazo. Eles perduram muito mais do que não ter sido aprovado(a) na prova e tentar novamente no ano seguinte.
Se você não sabe qual instituição quer fazer ou qual especialidade escolher, passar na prova será fácil. E acredite, isso é mais comum do que você imagina.
Geralmente as pessoas não conhecem muito bem as instituições. Elas começam a pensar nisso no ano da prova e quando prestam, acabam sendo escolhidas por lugares que não queriam.
Agora, não escolher a especialidade é ainda mais grave.
É como um estudante que passa 3 anos se preparando para o vestibular de Medicina. Ao ser reprovado pela 3ª vez, ele desiste e tenta outra faculdade. É a mesma coisa com a prova de residência.
Muitos médicos que fizeram vestibulares difíceis não querem encarar o desafio da prova de residência. Escolhem uma especialidade e quando não conseguem passar na Residência Médica, acabam optando por outra.
Isso não quer dizer que a pessoa não seja feliz em outra especialidade, mas mesmo que a área não seja ruim, a opção que ela realmente queria ficará martelando na cabeça dela por muito tempo.
Nós sabemos disso porque vemos isso acontecer diariamente.
Alunos e colegas que se estão se formando em residências que não queriam, mas aceitaram só para não terem que passar outro ano estudando.
Neste cenário, sua carreira é muito mais impactada pelo simples fato de você ter tomado uma decisão ruim ao invés de ter dado outra chance e se preparado melhor.
As consequências são de médio e longo prazo. Mas a principal é estar em uma especialidade que você não quer.
No longo prazo, a pessoa terá uma rotina de residência por pelo menos 3 anos, sentindo toda a pressão de ser R1 numa área que ela não queria fazer.
No curto e médio prazo, a consequência está muito mais ligada à instituição. Quando a pessoa não escolhe o lugar que ela vai fazer residência, a chance dela entrar numa furada é muito maior.
Isso porque, na média, não temos boas residências médicas no Brasil. Temos instituições boas e excelentes mas, infelizmente, não são a maioria. E fazer residência numa instituição ruim pode esgotar a saúde mental e física do residente.
Por isso que, além de escolher a residência, é preciso escolher uma boa residência.
É muito importante que você conheça a instituição, converse com residentes de lá e saiba se a residência será realmente um lugar propício para adquirir aprendizado e experiência.
Outro ponto importante é o amor pela área escolhida. Se você não for apaixonado(a) pelo que você faz, você não conseguirá dar 100% de si e, como você sabe, a medicina é uma área que exige muita dedicação.
Uma pesquisa da Medscape, feita em 2018 com 622 profissionais, mostrou que especialistas costumam ganhar em média R$ 207 mil por ano, enquanto médicos que fizeram clínica médica, atenção básica ou são generalistas, ganham em média R$ 190 mil por ano, ou seja, com uma especialidade você ganha mais.
Quando perguntaram para esses médicos qual era o aspecto mais gratificante do seu trabalho, 40% responderam que era a gratidão e o relacionamento com os pacientes, 24% responderam que era o fato de serem muito bons no que faziam ao encontrarem respostas e diagnósticos.
Essas duas características estão intimamente relacionadas com a satisfação no trabalho.
Os pesquisadores também perguntaram se os médicos escolheriam a medicina como profissão novamente, 24% disseram que não, eles não fariam medicina de novo.
Os que responderam que fariam medicina novamente, 70% disseram que escolheriam a mesma especialidade, ou seja, 30% não fariam a especialidade escolhida. Dentre eles, alguns médicos disseram que escolheriam outra instituição.
Com isso é possível entender como as escolhas que você faz agora, impactam no seu futuro e no futuro da sua carreira.
Por isso, é muito melhor tomar uma decisão bem pensada e tentar mais uma vez, do que ter o receio de contar para a família e amigos que você não passou na prova de residência.
Sim, mesmo que você não tenha sido um(a) estudante acima da média na faculdade, é possível escolher uma residência concorrida.
Aproveite e veja aqui nosso texto sobre A melhor estratégia para passar em residências concorridas.
A verdade é que a grande maioria das pessoas não tem uma boa preparação para a prova de residência.
Fizemos uma enquete no Telegram durante a Maratona da Residência, um evento focado na preparação para a prova, e perguntamos como as pessoas achavam que estava a sua preparação naquele ano até aquele momento, as opções eram:
Apenas 12% das pessoas escolheram a primeira opção, ou seja, 88% disseram que a preparação estava regular ou ruim. E isso é uma grande oportunidade para você dar um gás.
Então, se você quer realmente escolher a sua residência médica você precisa ter uma boa preparação. Mesmo que você tenha uma base fraca, quando você foca em se preparar melhor, você já está à frente da maioria dos candidatos.
E mesmo que você não passe no primeiro ano, no segundo você vai passar.
Já tiveram casos de pessoas que começaram a se preparar no meio do ano, entre junho e julho, e conseguiram ter um bom desempenho.
A verdade é que não importa se vai dar tempo de você passar na Residência Médica ainda esse ano, você precisa começar a estudar em algum momento.
Quando a pessoa fica muito preocupada com o tempo é porque ainda não comprou a ideia de que é importante se preparar bem. Ao colocar a preparação como objetivo principal, aumentar o seu desempenho será uma consequência.
A boa preparação é formada, basicamente, por dois pilares: regularidade e metodologia.
Para ter regularidade a pessoa precisa criar o hábito do estudo, ou seja, estudar quase todos os dias com consistência. Já a metodologia está relacionada a produtividade, como você estuda?
Uma coisa é estudar lendo textos e assistindo aulas, outra coisa completamente diferente é usar questões, provas na íntegra e utilizar revisão repetida e espaçada para não esquecer o que já foi estudado.
Quem estuda com regularidade e de forma produtiva já tem uma enorme vantagem em relação às pessoas que fazem cursinho ou não.
Falamos que não escolher a residência pode fazer com que você caia numa furada. E como evitar isso?
Primeiramente, gostaríamos de pontuar que é lamentável não termos um sistema de transparência para essa questão.
Com toda a tecnologia que temos a disposição, seria totalmente possível ter esse tipo de informação interna com a iniciativa das comissões de residências médicas do país e do Ministério da Saúde.
Agora trabalhando com as informações que efetivamente temos, você pode escolher de duas formas:
Peça indicações, converse com amigos, pesquise grupos nas redes sociais, procure uma maneira de encontrar pessoas de dentro da instituição para conversar.
Nem todos vão dizer como realmente se sentem, as pessoas evitam falar mal da residência que estão fazendo, isso é algo natural. Mas fazendo perguntas pontuais, você consegue identificar os principais pontos em relação à instituição.
Assim você consegue entender como é a rotina, a estrutura do local, a equipe, o processo de aprendizagem etc.
Dica: toda semana temos o Papo com Ex-aluno, um podcast que entrevista pessoas que passaram pela Aristo e escolheram a sua Residência. Elas contam como foi todo processo e como tem sido a residência na prática, de diversas instituições e especialidades.
Você quer fazer Anestesiologia no Rio de Janeiro? Converse com anestesistas do Rio de Janeiro. Pergunte quais são as melhores residências dessa área, onde estão os melhores residentes de anestesio ou qualquer outra especialidade do seu interesse. Mesmo que essa pessoa não saiba te responder, provavelmente, ela vai conhecer alguém que saiba.
O que queremos reforçar aqui é que você precisa buscar essas informações proativamente para que a sua escolha seja o mais consciente possível. E evite informações passadas
Se você conseguir passar para mais de uma residência (o melhor dos mundos!) e está na dúvida sobre qual escolher, visite o serviço. Isso é possível, inclusive, se eles tiverem uma boa recepção para mostrar todos os serviços que oferecem, isso já é um ótimo sinal.
Não tome decisões baseadas no que outras pessoas ouviram falar. É importante que você tenha informações concretas sobre a instituição para não dar um tiro no escuro e comprometer a sua carreira.
Resumindo tudo o que falamos aqui…
Não aceite ser escolhido pela sua residência! Vá atrás de tudo o que você precisa saber para poder ter o poder de decisão nas suas mãos.
Tome cuidado com as informações recebidas e, principalmente, com seu ego. Não tenha medo de dizer que não passou na residência, foque na sua preparação e no que você realmente quer.
Temos certeza que as chances de você escolher a sua residência e ter uma boa experiência são muito maiores.
Quer ter o poder de escolher a sua Residência? Faça parte de Aristo aqui!