Temas Médicos

Resumo de neonatologia: distúrbios respiratórios do recém-nascido

Escrito por: Lindamey
29 de dezembro de 2023 29/12/2023
8 minutos de leitura 8 minutos de leitura
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O que ocorre no período neonatal pode impactar o indivíduo por toda sua vida.

Por isso, a neonatologia é uma especialidade da Pediatria que aparece sempre nas provas mais almejadas do Brasil!

Você já sabe quais são as principais síndromes respiratórias do período neonatal que caem nas provas?

Abaixo, nós preparamos um resumo para você entender melhor sobre elas!

Taquipneia transitória do recém-nascido (TTRN)

A TTRN é decorrente de um déficit na absorção do líquido pulmonar após o nascimento, essa que é a principal doença respiratória do período neonatal, acomete comumente recém-nascidos precoces ou prematuros tardios. 

Na taquipneia transitória, há uma dificuldade na reabsorção do líquido intrapulmonar que aumenta no decorrer da gestação.

O aprisionamento desse líquido leva ao colapso bronquiolar, ao aprisionamento de ar e à hiperinsuflação.

Quais são os fatores de risco da Taquipneia transitória do recém-nascido? 

  • Sedação materna;
  • Diabetes gestacional; 
  • Asma materna; 
  • Macrossomia e cesárea eletiva;
  • Ausência de trabalho de parto (especialmente nos termos precoces);

Manifestação clínica da doença

A evolução clínica geralmente é benigna e autolimitada, com início nas primeiras horas de vida, e tem uma duração variável de três a cinco dias.

O quadro clínico é caracterizado principalmente por taquipneia, podendo apresentar desconforto respiratório associado.

Exames de imagem

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Na radiografia de tórax, podemos ver hiperinsuflação pulmonar (aumento do volume pulmonar), ocorrência de linhas opacificadas e cisuras, derrame pleural e, em alguns casos, cardiomegalia discreta.

Para o manejo, pode ser considerado suporte ventilatório com oferta de oxigênio por cateter nasal ou pressão positiva contínua das vias aéreas (CPAP).

Síndrome do desconforto respiratório (SDR)

A síndrome do desconforto respiratório (SDR) ocorre devido à deficiência primária de surfactante pulmonar sendo sua incidência inversamente proporcional à idade gestacional e ao peso de nascimento, prevalecendo quanto maior for a prematuridade do RN.

Quais são os principais fatores de risco da SDR? 

  • Prematuridade
  • Asfixia perinatal
  • Mãe diabética

O que seria o surfactante?

O surfactante é uma substância que reduz a tensão superficial do alvéolo, facilitando a expansão alveolar e reduzindo a probabilidade de atelectasia por colapso e colabamento do alvéolo, mantendo a superfície de troca gasosa ativa. 

Qual o quadro clínico da doença?

  • Taquipneia;
  • Esforço respiratório moderado a grave com retração subcostal;
  • Batimento de asa de nariz e gemência;

Quais são os exames complementares para a síndrome do desconforto respiratório (SDR)? 

A radiografia de tórax pode apresentar infiltrado retículo-granular fino com aspecto de  “vidro moído” ou “esmerilhado”, associado a broncogramas aéreos

Na gasometria, há hipoxemia importante podendo haver retenção de CO₂ com a evolução do quadro.

Qual o tratamento da SDR? 

De maneira básica, o tratamento consiste em estabilização inicial e medidas gerais como controle de temperatura, hidratação e suporte nutricional. 

Quais são os meios para a prevenção da SDR? 

  • Pré-natal adequado;
  • Acompanhamento de gestação de alto risco; 
  • Uso de corticosteróides em gestantes com risco de trabalho de parto prematuro.

Quais as complicações que podem se originar da SDR?

As complicações possíveis na SDR são: 

  • Broncodisplasia pulmonar; 
  • Possíveis complicações da intubação orotraqueal e da cateterização de veia umbilical;
  • Hemorragia pulmonar em casos graves. 

Além disso, também poderá haver a displasia broncopulmonar (DBP) que é uma das mais importantes sequelas do nascimento prematuro, podendo levar a diversos problemas respiratórios crônicos. 

Síndrome da aspiração meconial (SAM)

É uma síndrome derivada, como o próprio nome diz, da aspiração do líquido meconial.

Um dos motivos da síndrome é que, em situações de sofrimento intrauterino, como em patologias que afetem a vascularização placentária, ocorre a diminuição da chegada do oxigênio pelo cordão umbilical, levando à hipoxemia, que, por sua vez, aumenta o peristaltismo intestinal, ocasionando o relaxamento do esfíncter e a eliminação do mecônio.

Os principais grupos de risco são os RNs a termo ou pós-termo com asfixia, RN com RCIU, RNs pélvicos e macrossômicos.

Quais são as consequências da aspiração do mecônio? 

  • Obstrução das vias aéreas e inflamação (pneumonite química);
  • Inativação do surfactante;
  • Mecanismo valvular (no qual o ar entra e não sai), resultando muitas vezes em pneumotórax, enfisema intersticial e pneumomediastino;
  • Atelectasias;
  • Shunt intrapulmonar (ocorre vasoespasmo e aumento da pressão arterial pulmonar) levando ao aumento do shunt direita-esquerda através do forame oval e do ducto arterial;
  • Hipoxemia.

Qual o quadro clínico?

Ao exame físico, encontramos um RN com pele seca e enrugada apresentando impregnação meconial em cordão umbilical. 

Sua ausculta respiratória consiste em estertores grossos e tempo de expiração aumentado devido à diminuição do calibre das vias aéreas.

Exame de imagem: o que aparece? 

Em um exame de imagem, podemos identificar a doença encontrando um infiltrado grosseiro associado às áreas de hiperinsuflação e hipotransparência. 

Além disso, também pode haver aumento do diâmetro ântero-posterior, ocorrendo aplanamento/retificação do diafragma.

Qual o manejo adequado após a identificação da doença? 

Caso o RN tenha menos de 34 semanas, esteja em apneia/sem choro ou se apresente hipotônico, deve ser levado à mesa de reanimação, onde serão realizados os passos iniciais.

Quais devem ser os cuidados após as primeiras medidas? 

Antibioticoterapia: tema controverso que depende da referência utilizada. A SBP recomenda o início para quadros mais graves.

Surfactante pulmonar: o mecônio inativa o surfactante endógeno, de modo que devemos repor o surfactante em casos com evolução progressivamente pior. 

Ventilação: pode ser feita com o uso de CPAP nasal em crianças com necessidade de FiO2 > 40% a 60% (a depender da referência) ou por ventilação mecânica invasiva em casos de doença pulmonar grave.

Complicações da SAM 

As complicações de SAM incluem pneumotórax, disfunção miocárdica, choque, encefalopatia hipóxico-isquêmica e hipertensão pulmonar. 

Sepse neonatal

A sepse neonatal pode ser classificada, conforme o momento de início, em precoce ou tardia.

Qual a classificação da Sepse neonatal? 

  • Sepse neonatal precoce: conforme a SBP e a Academia Americana de Pediatria, a sepse neonatal precoce (SNNP) ocorre em até 72 horas de vida. 

Já segundo o Nelson Pediatrics, a SNNP ocorre na primeira semana de vida

  • Sepse neonatal tardia: iniciada após 72 horas de vida, segundo a SBP.

Quais são os fatores de risco para a Sepse e a profilaxia?

  • Trabalho de parto antes de 37 semanas.
  • Rotura de membranas por, pelo menos, 18 horas.
  • Corioamnionite (infecção intra-amniótica).
  • Colonização pelo estreptococo do grupo B (EGB) em gestante com indicação de antibioticoterapia profilática não realizada.
  • Febre materna nas 48 horas que antecedem o parto.
  • Cerclagem ou uso de pessário pela gestante.
  • Procedimentos de medicina fetal nas últimas 72 horas antes do parto ou ao nascimento.
  • Infecção urinária materna sem tratamento ou em tratamento há menos de 72 horas.

Quais são as manifestações clínicas e o diagnóstico da sepse neonatal? 

As manifestações clínicas de sepse neonatal, no geral, são inespecíficas e podem envolver diversos sistemas. 

As principais são: taquipneia e desconforto respiratório, apneia, instabilidade térmica, vômitos, intolerância alimentar, resíduo gástrico, distensão abdominal, manifestações de acometimento de sistema nervoso central, hiperglicemia, instabilidade hemodinâmica, sinais de sangramento (coagulação intravascular disseminada) e até icterícia. 

Qual o manejo da SEPSE? 

Se houver suspeita clínica de sepse neonatal, deve-se coletar exames (principalmente a hemocultura) e iniciar antibioticoterapia empírica considerando os agentes mais prevalentes.

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