Temas Médicos

Resumo de trauma abdominal: tipos, laparotomia, específicos e mais.

Escrito por: Lindamey
31 de dezembro de 2023 31/12/2023
6 minutos de leitura 6 minutos de leitura
 Trauma esplênico a TC a esquerda lesão grau III

Olá, futuro residente! Preparado para conhecer o resumo de trauma abdominal com a Aristo?

Nesse novo resumo, falaremos sobre um tema de alta relevância nas provas de Residência Médica: os traumas abdominais e geniturinários. 

Por aqui, também já abordamos outros temas que, assim como esses, são importantíssimos e possuem uma grande incidência nas provas em todo o Brasil como: 

Todos esses resumos têm as informações necessárias para você acertar as suas questões de prova sem erro! 

Nas provas, esse é um tema que, quase sempre, está presente e, nos últimos 5 anos, apareceu 9 vezes nas provas dos principais concursos de residência médica do Brasil como: ENARE, UFRJ, PSU-MG e USP-SP.

Vamos lá?

O abdome é uma região comumente lesionada, necessitando de cuidados intensivos. 

Sendo assim, a avaliação inicial deste paciente deverá estar centrada em determinar se o paciente deve ou não ser submetido a uma laparotomia de emergência. 

Se, no caso em questão, houver uma ou mais lesões traumáticas, importa considerar que o ABCDE do atendimento inicial já foi realizado no paciente. 

Com isso, há a necessidade de maior atenção na etapa C de avaliação da Circulação. 

Perdas sanguíneas significativas podem estar presentes na cavidade abdominal sem haver uma alteração dramática na aparência externa ou nas dimensões do abdome ou até sem sinais óbvios de irritação peritoneal.

Para começar a avaliação, precisamos considerar o tipo específico de mecanismo do trauma, os quais podem ser: 

Trauma penetrante 

Aqui devemos diferenciar as lesões por projétil de arma de fogo (PAF) das lesões por arma branca o que pode ser feito através das estruturas mais acometidas: 

PAF

  • Intestino delgado (50%)
  • Cólon (40%)
  • Fígado (30%)

Arma branca

  • Fígado (40%)
  • Intestino delgado (30%)
  • Diafragma (20%)
  • Cólon (15%)

Em relação ao quadro clínico, independentemente do mecanismo específico (PAF ou arma branca), temos algumas indicações principais para a laparotomia exploradora:

• Instabilidade hemodinâmica (por causa intra-abdominal)

• Sinais de irritação peritoneal

• Sinais de penetração peritoneal (ex.: evisceração)

• Lesão por PAF com trajetória transperitoneal

Trauma fechado 

Trauma fechado (contuso) é um mecanismo de trauma extremamente frequente nas provas. 

Ele é descrito como um contato direto contra o abdome, exemplificado como borda inferior de um volante, guidão de bicicleta ou motocicleta, entre outros. 

Na vítima, o efeito básico é de compressão e esmagamento, lesionando vísceras abdominopélvicas ou ossos pélvicos. 

É interessante conhecer a epidemiologia das vísceras mais atingidas por esse tipo de trauma:

  • Baço (40-55%)
  • Fígado (35-45%)
  • Intestino delgado (5-10%)

Aqui, a conduta continua a mesma: sempre que houver irritação peritoneal e/ou instabilidade hemodinâmica (atribuível à lesão abdominal), está indicada a laparotomia imediata.

Muitas vítimas de traumas de alto impacto podem ter o nível de consciência alterado (TCE) ou estar sob o uso de substâncias entorpecentes, nesses casos é indicado realizar exames complementares como o FAST e o LPD. 

FAST Exame trauma abdominal

Se FAST negativo e paciente estável hemodinamicamente, podemos observar e, em caso de mudança do quadro, realizar a tomografia. 

Laparotomia – lista de indicações

Qual a lista completa fornecida pelo ATLS para as abordagens cirúrgicas imediatas? 

  • Trauma abdominal com hipotensão e FAST positivo, ou evidência clínica de sangramento 

intraperitoneal, ou sem outra fonte de hemorragia (porém, com alta suspeição abdominal);

  • Hipotensão com uma ferida abdominal que penetra a fáscia anterior;
  • Lesão por PAF com trajetória transperitoneal;
  • Sinais de penetração peritoneal (ex.: evisceração);
  • Trauma penetrante com sangramento a partir do estômago, reto ou trato geniturinário;
  • Peritonite;
  • Presença de pneumoperitônio ou ruptura de hemidiafragma;
  • Trauma penetrante ou contuso que apresenta uma TC contrastada que demonstra ruptura do trato gastrointestinal, lesão vesical intraperitoneal, lesão do pedículo renal ou severa lesão de vísceras parenquimatosas;
  • Trauma abdominal penetrante ou contuso, com aspiração de 10 ml ou mais de sangue, ou de conteúdos gastrointestinais.

Traumas abdominais específicos 

No caso dos traumas abdominais específicos, a avaliação primária tende a ser a mais cobrada nas provas. 

Trauma esplênico

Esse trauma é representado por um espectro de lesões, por exemplo: no trauma contuso, lesão por compressão direta do baço com ruptura do parênquima, ou ainda lesão secundária à desaceleração brusca que rompe a cápsula esplênica e/ou parênquima; este mecanismo pode, inclusive, criar um hematoma subcapsular.

Quando a cirurgia é inevitável, tenta-se a todo custo preservar o baço (rafia simples) ou pelo menos parte do órgão (esplenectomia parcial), só indicando a esplenectomia total quando há lesões realmente muito graves (lesão hilar, pulverização do órgão).

Trauma hepático

O fígado é o segundo órgão mais acometido por traumas abdominais fechados, sendo também bastante lembrado pelas bancas. 

Assim como no caso do trauma esplênico, a preferência atual é pela conduta conservadora, evitando ao máximo a cirurgia.

Trauma de vasos abdominais

Os principais vasos sanguíneos abdominais estão localizados predominantemente em retroperitônio; alguns outros são vasos mesentéricos intestinais. 

Geralmente presentes em contexto de traumas penetrantes, são frequentemente reconhecidas pela primeira vez no momento da laparotomia. 

Logo, temos uma divisão anatômica clara em três zonas distintas, com tratamentos específicos, e alguns necessitando de cirurgia imediata.

Zonas topográficas das lesões vasculares abdominais

• Lesões na zona 1 exigem exploração cirúrgica por envolverem frequentemente a aorta, os vasos viscerais proximais ou a veia cava inferior.

• Lesões na zona 2 demandam exploração somente se o hematoma estiver em expansão, com paciente apresentando sinais de hemorragia progressivos.

• Lesões na zona 3 geralmente decorrem de uma fratura pélvica, não sendo necessária a exploração de rotina, à exceção de uma hemorragia exsanguinante óbvia

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